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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Da série Reforma Íntima...


Eu não tinha como não transcrever aqui um texto de Danuza Leão que tem muito a ver com meus momentos:

O pior inimigo é o falso amigo

JÁ QUE É inevitável ter inimigos, a coisa melhor do mundo é
ter um de verdade: que te odeie com lealdade e sinceridade -sem nenhum
fingimento. Ele é capaz de falar mal de você em público sem ter, em momento
algum, medo de que repitam o que ele disse. E também pode te dar um tiro ou uma
facada, mas sem nunca te enganar -sempre numa boa.
Não é, positivamente, do tipo que diz "vou te contar uma
coisa, mas não repita, fica só entre nós". Dele você pode esperar sempre o pior:
que impeça que aquele negócio que estava planejando havia anos se realize, que
diga àquela gata que está povoando seus sonhos que você é um cafajeste, que o
dinheiro que você esbanja vem do tráfico de drogas -ou coisas ainda piores.
Sabendo do que ele é capaz, você pode sempre se defender -o que é mais fácil do
que lidar com a hipocrisia.
Como guerra é guerra, nada que ele faça de ruim poderá
surpreender -essa é a vantagem de ter um inimigo leal. Quando se encontram num
restaurante, você já sabe que deve ficar alerta e se sentar de costas para a
parede, como fazem os malandros.
Ele é capaz de seduzir sua filha menor, de contratar alguém
para roubar seus documentos e de jurar sobre a Bíblia sagrada que viu você
subornando um político. Tudo faz parte, e quanto mais coisas ele fizer contra
você, mais você aprende a se defender; como se aprende com um inimigo assim -ah,
como se aprende.
Perigosos mesmo são os pseudo-amigos, aqueles que te tratam
bem e que volta e meia fazem um comentário sobre você -maldoso e irônico, mas
não tão maldoso a ponto de chocar-, afinal, é apenas uma brincadeira, será que
você perdeu o humor?
E aquele que passou anos construindo a imagem do bom caráter
de carteirinha pode fazer você levar a vida inteira na dúvida, sem ter coragem
de encarar a verdade: que se trata apenas de um crápula.
A tal da imagem ilude muita gente, que durante anos pensa que
o personagem é defensor das boas causas, dos fracos e oprimidos, e sempre
politicamente correto -faz parte do modelo, claro. Incapaz de encarar uma briga
de frente, ele não consegue nem ter inimigos, pois, como ser humano, não passa
de uma fraude -e de um covarde.
Está sempre atrás de alguma vantagem -alguma pequena
vantagem- e frequentemente comete traições -pequenas traições que dificilmente
poderão ser comprovadas. E se alguém ousar acusá-lo de alguma coisa, sempre
haverá alguém para defendê-lo -afinal, de uma pessoa com um passado tão correto,
só um louco ousaria dizer alguma coisa.
Suas maldades e falhas de caráter nunca são grandiosas,
porque nada nele é grandioso. Suas maldades são pequenas, porque tudo o que ele
faz é pequeno; pequeno como sua pessoa, como sua alma. Mas, às vezes, se tem que
conviver com gente assim -como fazer?
Se for seu caso, não faça nenhum tipo de concessão. Cometa um
assassinato, internamente, e esqueça de que ele existe -mas esqueça mesmo. Mas
atenção: é importante que ele saiba que você sabe perfeitamente quem ele é.
Fique cego quando passar por ele, e se alguém mencionar seu
nome, não ouça; esqueça das mesquinharias de que é capaz um pobre ser humano. E
valorize seus inimigos, os bons. Eles estão sempre dispostos a liquidar com
você, mas sempre com a maior lealdade.
Danuza Leão

O mais engraçado é que meu marido sempre me falou isso e eu lá; deixa disso não pode ser assim... E hoje eu não sei se é melhor ou pior, mas é assim que eu penso. Bjs!

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Valeu gente por estar aqui comigo hoje.Bjs!