Pois é gente, eu já expus um pouco de mim por aqui. Aos poucos a gente vai se conhecendo mesmo. Então vou falar um pouco sobre um assunto que nem todo mundo gosta de falar: câncer. No dia 25 de abril de 2010, eu perdi minha irmã mais velha de 47 anos pra um câncer de intestino. Foram 5 anos de luta, vendo o sofrimento dela, a esperança de cura que ia se esvaindo. Eu fiquei com ela no hospital na última semana de vida. Eu nunca tinha visto uma pessoa morrer e isso te dá uma nova dimensão da vida. Ali a gente vê o quanto somos passageiros por aqui. Mas ainda assim isso me deixou mais triste apesar de mais intensa. Hoje eu prezo muito mais os momentos, talvez por isso eu sofra tanto com as inimizades, por querer que dê certo e por pena de dar errado. Quando partimos só levamos quem realmente somos e muitas saudades.
Eu tenho 43 anos, sou meio displicente com minha saúde. Depois que minha irmã descobriu a doença dela, eu fui fazer minha colonoscopia e deveria fazer de 2 em 2 anos. Mas a segunda só fiz quando ela morreu, 5 anos depois. Pela minha idade eu já deveria ter feito mamografia antes, mas só fiz agora. Eu me lembro que pedi ao meu ginecologista pra fazer por volta dos 35 , mas ele disse que ainda não era hora. Com 39 eu tive meu terceiro filho e um ano depois, esse meu ginecologista morreu de câncer no pulmão. Pois é, eu que já sou displicente, tinha que achar outro médico e tal.
Resumindo, fui fazer agora minha mamografia e deu um nódulo na mama esquerda de 0,6 mm. Um nódulo pode não ser nada ou pode ser tudo. Espero que seja nada.
A partir daí eu me dei conta do quanto minha vida pode mudar. Marquei mastologista e ultrassom. Estou com medo. Vamos ver no que vai dar.
Mas o fato é que a gente corre pro google e começa a conhecer histórias de pessoas que assim como eu, foi fazer um exame de rotina e o danado do câncer tava lá, como a minha irmã que foi fazer o exame sem sentir absolutamente nada, só para prevenir e lá estava a lesão já com metástase. Então é isso o que está passando pela minha cabeça agora: apreensão.
Mas, como acredito que a nossa história é única e intransferível e que o que tiver que ser, será; o que me resta é tentar mudar de pensamento e esperar pra ver no que vai dar. Eu volto a escrever qualquer hora. Um beijo à todos.
